10 histórias que fizeram de Vampeta um mito da zoeira

No dia 13 de março de 1974, na cidade baiana de Nazaré das Farinhas, nascia Marcos André Batista Santos, que ganhou o apelido de Vampeta depois que perdeu um dente. Chamaram-no de "vampiro", mas, como era feio, misturaram com "capeta". E esta é apenas uma das passagens engraçadas carreira do ex-volante que completa 42 anos neste domingo.

Dentro de campo, colecionou títulos: foi campeão mundial com a seleção e com o Corinthians. Fora, são tantos causos que ele até foi chamado para "animar" os jogadores do Brasil durante a Copa. Não deu muito certo, é verdade, mas as histórias a seguir explicam por que ele é e sempre será considerado um mito da zoeira no futebol.

1. A cambalhota no Planalto

"Vim bebendo desde o Japão e cheguei no palácio pra lá de Bagdá". Assim Vampeta descreveu o momento mais marcante da comemoração do pentacampeonato em 2002, quando os jogadores foram recebidos pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. "Se fosse o Lula, rolava comigo".

2. Eles fingem que pagam…

… E a gente finge que joga. Uma frase clássica do futebol, criada por Vampeta na época em que ele defendia o Flamengo. Ele chegou à Gávea em 2001, logo depois de voltar da Europa, onde teve passagens discretas por Internazionale e PSG. Fez apenas 16 jogos com a camisa rubro-negra antes de voltar ao Corinthians, seu time do coração. E até hoje ele alfineta o Flamengo: "A única coisa que recebi lá foi o dinheiro das figurinhas".

3. Pai do "bambi"

"Esse monstro estava adormecido e eu só acordei". Foi meio sem querer que Vampeta popularizou o apelido homofóbico dos são-paulinos, ao ser entrevistado depois de uma vitória no final dos anos 90 e dizer que "agora só faltam os bambis". A partir daí, passou a usar o termo toda vez que queria provocar o São Paulo. E apesar de tirar sarro, posou para a revista gay G Magazine.

4. Treta eterna com Souza

Parece que a treta não chegou na mesa de bar…

A rixa de Vampeta com o São Paulo deu origem a uma das maiores trocas de farpas entre jogadores de futebol nos últimos anos. O são-paulino Souza não levava desaforo para casa, e todo clássico tinha provocação. Em 2007, Vampeta foi rebaixado com o Corinthians, mas ganhou do São Paulo, quebrando um jejum de quatro anos contra o rival. Depois da vitória, Vampeta disse: "O Souza é um otário com sorte. Ele tem sorte porque é um jogador fraco ao lado de grandes jogadores. Mas também é otário por vestir a camisa do São Paulo". Souza rebateu dizendo que Vampeta era um "otário sem sorte". Até hoje os dois ainda se provocam quando têm oportunidade.

5. Vinho do Ronaldo

Durante sua passagem pela Internazionale, em 2000, Vampeta ficou hospedado no apartamento de Ronaldo Fenômeno, que fazia tratamento no Brasil. Um amigo de Vampeta foi visitá-lo em Milão, e os dois ficaram tomando uns vinhos e curtindo um som na cobertura. Só que um desses vinhos era um presente do papa João Paulo II para Ronaldo. "Vou te falar, era o pior que tinha", disse ele para o Fenômeno na hora de se explicar. "O pior é que ele bebia tudo em copo de plástico, colocava gelo no vinho e achava que era ruim", relembrou Ronaldo.

6. Roberio de Ogum

Vampeta conta que, antes da final do Brasileirão de 1998 entre Corinthians e Cruzeiro, Vanderlei Luxemburgo mandou o volante Gilmar Fubá mergulhar em uma banheira cheia de rosas, alfazema e sal grosso, orientado por Roberio de Ogum. Mas, na primeira dividida com Müller, Fubá se lesionou. Depois do jogo, Vampeta tirou sarro: "O Müller da igreja acabou com o trabalho do Roberio de Ogum". Luxa se irritou e ameaçou barrá-lo, mas o Velho Vamp retrucou: "Fui titular o campeonato todo, vai ter que se acertar com a imprensa e com a torcida para me tirar e eu vou contar que foi por causa do Roberio de Ogum". Tempos depois, o vidente disse que essa história foi inventada por Vampeta, o que só aumenta a zoeira.

7. Culto do Marcelinho

Contou Vampeta ao Blog do Boleiro: "Eu tive a honra de jogar com o Marcelinho Carioca no Corinthians e no Brasiliense. Lá em Brasília, você sabe, não tem rolo. Um dia o Marcelinho me convidou: 'Vai ter um culto lá em casa'. (…) Chego na porta do apartamento e toco a campainha. De cara, encontro três "pepecas" com a blusa assim (levanta a camiseta até a altura do peito) e elas já foram avisando: 'Marcelo, chegou Vampeta'. Eu já entrei e procurei o pastor e quem estava cantando? O Belo. Aí as moças me ofereceram: 'Quer um vinho?'. Eu fui até a geladeira e tinha um monte de vinho lá. Aí disse pro Marcelo: 'Esse culto é diferente, hein? Mas tem jogo domingo'. E ele respondeu: 'Fica tranquilo que o culto só vai até as três da manhã'".

8. Zoeira com Marcão

"Vampeta, muito obrigado. Eu estou na seleção porque você perdeu aquele pênalti e eu virei São Marcos", disse certa vez o goleiro palmeirense. Vampeta não respondeu. Esperou Marcos falhar na final do Mundial contra o Manchester United. Só então telefonou para o goleiro: "Ouvi dizer que você quer parar de jogar. Você f… os caras, mesmo, mas não precisa parar de jogar, não". Marcos achava que ouviria palavras de conforto, mas Vampeta finalizou: "Só liguei pra falar que você f… os caras, mesmo. Tchau, Marcão".

9. Foi preso com Edilson

Em fevereiro de 1998, Edilson parou seu carro em fila dupla na esquina da avenida Doutor Arnaldo com a rua Major Natanael, em São Paulo, para comer um lanche com Vampeta. Ao voltar, viu um policial deixando uma multa e soltou o verbo. Foi preso por desacato à autoridade, e Vampeta acabou indo junto. "Fui como advogado e testemunha do Edilson", brincou na época.

10. "Fugiu" da Holanda

Para encerrar, uma história mais "séria". Na época em que jogou no PSV Eindhoven, Vampeta morou junto com uma holandesa na casa da família dela. Mas, quando se transferiu para o Corinthians, foi embora para o Brasil sem sequer se despedir. De volta à Holanda para um amistoso da seleção, ele foi até à antiga casa. Sua ex-parceira atendeu a porta. Ninguém falou nada. Ela, os filhos gêmeos, os pais e os irmãos ficaram apenas olhando para Vampeta, que também não falou nada e disse ter chorado no caminho de volta: "Foi a maior bronca que recebi na vida sem ouvir uma só palavra".